quarta-feira, 3 de abril de 2013

Quarta-feira, 3 de abril de 2013

Parabéns a equipe Pelaskdo Aventuras, conseguiram o Sprint do Remo no Desafio dos Sertões 2013. O Sprint era do Pc 4 (Ilha do Maroto) ao Pc 5 (Ilha do Rodeadouro), entre as grandes favoritas a pegar esse Sprint o Pelaskdo acabou tendo um destaque. No Desafio Dos Sertões 2012 a equipe tinha perdido a zona de Sprint do remo por causa de 1 min.

Sprint Trekking (Largada ao PC 01)
1 – Quasar Lontra/SP (26’)
2 – Brou Aventuras/MG (27’)
3 – Jacaré Team JJ/BA (28’)

Sprint Remo (PC 04 ao PC 05)
1 – Pelaskdo Aventuras/BA (1:04)
2 – Ospato/AL (1:04)
3 – Makaira/BA (1:06)

Sprint Bike (PC 07 ao PC 08)
1 – Brou Aventuras/MG (1:22)
2 – Kalangos Rodante Santa Fé/RN (1:32)
3 – Quasar Lontra/SP (1:34)




Como foi o Desafio Dos Sertões 2013. História contada pelos organizadores: "
O SERTÃO MERECE RESPEITO, E ELE COBROU...

Salve Aventureiros do Sertão,

Ao final de mais uma etapa do Desafio dos Sertões, tivemos a percepção que nem tudo foram flores, aliás, como era de se esperar, muito mais espinhos do que flores nessa caatinga.

Ser organizador de prova, depois de ser corredor de aventura, nos remete a tentar colocar na nossa prova o que encontramos de melhor nas corridas Brasil afora, mas as vezes fica claro que isso nem sempre é possível: falta equipe de trabalho, faltam recursos, enfim, vários fatores pra poder colocar em prática tudo aquilo que desejamos.

Organizar a FINAL CBCA foi uma experiência diferenciada também para nós: passados menos de um semestre desde a nossa última prova, os patrocinadores não tinham a mesma empolgação para liberar novos recursos neste pequeno intervalo. O tal projeto aprovado no Ministério dos Esportes no valor de R$ 300.000,00 oferecido pela CBCA ficou emperrado na burocracia ministerial e não nos restou outras opções a não ser pedir ajuda aos amigos – e eles apareceram.

TODOS os caiaques da prova (mais de 60) foram DOADOS por amigos – PC de Alagoas contribuiu com a maior parte, em troca da exposição da marca da sua equipe... no fundo, eu sei que eles fizeram isso por amizade: PC, Ospato, Vinny, Gantuá, Olhando, Extreme, FBCA, R2, Raso da Cata, Insanos, Aventureiros, Caatinga Trekkers, Giramundo, Kaaporas, Pelaskdo, Thunder, os novatos dos 50 Km, e outros que certamente esqueci aqui – MUITO OBRIGADO!!! Que fique a dica pra próxima etapa do CBCA – simplesmente exigir caiaques para 55 quartetos e 22 duplas que não pagarão por isso não é um caminho sustentável sem uma contrapartida.

Da mesma forma tivemos “patrocinadores” específicos para confecção das camisas em dry-fit (Danielly da Nativos), mapas em lona (Z-Designe), squeezes (BB Brindes), filmagem, fotos, cerimônia de abertura, DJ, frutas, brieffing, alimentação, alojamento, bebidas geladas nos PC’s, e por ai vai.

Bem, vamos ao release da prova. Nesta quarta edição do Desafio dos Sertões nos pediram uma prova dura, digna de uma Final de Campeonato Brasileiro. De cara, ficamos preocupados com a data, ainda no chamado verão nordestino, agravado por dois anos sem chuvas na região e o baixo nível do Lago de Sobradinho. O sol castigou desde o início do mapeamento, por duas vezes desidratamos no trekking que foi feito entre os PC’s 08 e 12 e em outra oportunidade tivemos que pernoitar na região de Traíra, sem água, comida, dinheiro, celular... ficando apenas com a boa vontade e hospitalidade do povo nordestino. Não havia trilhas mapeadas na região e fizemos uma por uma e os moradores, incrédulos, duvidavam que alguém fosse capaz de fazer tudo aquilo em um dia – no fundo estavam com razão...

A maratona começou com a chegada das equipes – gente vindo de todo o Brasil nos mais diversos vôos, a tarde, a noite, de madrugada... alojamento pra essa galera toda, deslocamento das bikes... e com a chegada de muita gente no aeroporto as 16:00h com o brieffing marcado para as 17:00, o atraso já era previsível – e aliado a carros atolados, informações desencontradas, o brieffing inicial começou bem mais tarde e certamente foi bem atropelado para manter a largada no horário previsto.
Mapas entregues, pessoal alimentado, começamos a prova com uma largada simultânea, dos 5 Km, 50 Km e 150 Km ao som do DJ Babalu. Primeira auto crítica da prova – não foi uma largada empolgante como nas edições anteriores, alguns não estavam esperando e a correria foi total para o “trekking” urbano até o PC 02. Os caiaques estavam dispostos entre as pilastras da ponte que liga Juazeiro a Petrolina, já que o exército não permitiu a colocação nas areias da Ilha do Fogo. Foi a primeira vez que os atletas subestimaram a prova, muitos não acreditaram nas correntezas do rio São Francisco e saíram muito próximos no ponto final em uma linha quase reta – o resultado foi muita gente tendo que ser ajudado pelo barco da organização, atletas em pânico agarrado nas pilastras, e um verdadeiro terror para quem não iniciou sua nadada alguns metros rio acima.

Caiaques rio acima e PC’s na Ilha do Maroto e Ilha do Rodeadouro até chegada no PC 06. O PC 04 estava deslocado, alguns metros acima, já que o barco não conseguiu encostar devido a um banco de areia que se acumulou na ponta da ilha. Foi neste remo que o sertão encontrou seu primeiro herói – Hayala, atleta da Caatinga Trekkers, possui uma deficiência física em um dos braços, e ainda assim, com o braço imobilizado, fez os quase 20 Km rio acima. Enquanto a Brou “Brutos” Aventuras e a Lontra já pedalavam há horas, os “Caatingueiros” se arrastavam na água com muita garra e perseverança que seria demonstrada em toda a prova um verdadeiro e emocionante exemplo de superação.

Trecho de bike sem maiores problemas para a maioria, mas aqueles que saíram por atrasados da água, começaram a sentir o efeito da caatinga com o nascer do sol. Já no PC 07 – Casa Abandonada resgatamos os caras finíssimos da Papaleguas (SC) que tiveram problemas seguidos com espinhos e a alta temperatura já no início da manhã – era um prenúncio do que viria pela frente – a galera do Sul/Sudeste iria mesmo sofrer mais que os nordestinos. Resgatamos o pessoal para o PC 08 e lá eles encontraram um oásis no sertão: O PC da Traíra tinha água gelada, Gatorade gelado, red bull gelado e um almoço especial com bode cozido, espinhaço e carne assada com feijão, arroz e farofa.

Essa maior estrutura no PC 8 e PC 11 foi devido aos extremos do temido trekking, e foi pensando nisso que a organização disponibilizou carros pipas com água tratada em 3 locais diferentes do trekking – foram mais de 20.000 l de água tratada que alimentaria as cacimbas de Traíra, São Gonçalo e João da Mata – sair com pouca água para o PC seguinte, ou não utilizar o “purificador” de água, não se mostrou muito inteligente.
Conversando com Tiago Brou e Renato Kalango, pude perceber reclamações sobre o mapa. Realmente carecia de outras informações, mas gostaria de lembrar que não existe nenhum mapeamento por aquelas bandas e que, a trilha mapeada, foi o nosso caminho no GPS, enquanto seguíamos os moradores locais que achavam aquilo tudo uma insanidade.

A essa altura da prova a diferença do primeiro pelotão, encabeçado pela Brou e Quasar Lontra, chegava a quase seis horas para os últimos colocados no PC 08. Ao chegar no PC 11 essa diferença chegou a ser de nove horas, mas foi ai que o sertão começou a mostrar quem mandava ali. Para se ter uma idéia, os Brutos bateram o PC 11 exatamente no horário previsto pela organização, no início da manhã, mas o retorno de algumas equipes depois de deixar o PC, e a demora de chegar no PC 12 nos dava o sentimento que alguma coisa havia saído errado. Com o Sertão não se brinca, seja pela vegetação, seja pela temperatura, ou mesmo pelos suas loucas trilhas. O sol castigou e o sertão mostrou suas garras.

O pessoal da ambulância trabalhou bastante pra hidratar e prestar pronto atendimento a atletas, e mesmo no PC com estrutura, muita gente sofreu a poucos metros dele.
Já era noite quando a Makaira (BA) apareceu no PC 13, sedento por água e optaram por pegar o corte e ir para a chegada do que ter que enfrentar outra temida trilha de bike, que os levariam até o PC 15, e depois a parte mais divertida da prova: o remo no Lago de Sobradinho, com muito vento, ondas e lua cheia.

Definitivamente ninguém ficou feliz com a chegada de poucas equipes, mas a medida que iam chegando Ospato (AL), Kaaporas (BA), Gantuá (BA) ainda na noite de sábado tivemos um alento de felicidade e partimos todo pra o primeiro churrasco improvisado por Euder Advogado Aventureiro.

A falta de informações entre os PC’s foi algo muito crítico, os rádios simplesmente não se falavam e não havia sinal de celular. Ainda assim, tivemos informações vindas do PC 12 de que muita gente estava desistindo, fator pelo qual não estávamos esperando mais gente na chegada, foi quando amanheceu o dia e, para nossa alegria, a chegada da Papaventura (RS), Santa Rita (PR), Caatinga Trekkers (BA), Ciclone (CE) e Raso da Cata (BA). Nossa sinceras desculpas a estes aventureiros que rasgaram o sertão e não havia ninguém para recepciona-los na chegada – essa, para nós, foi a pior parte da corrida – vcs foram muito guerreiros!!!

O troféu fair-play foi difícil de escolher, visto as grande dificuldades, superações, ajuda mútua que vimos na prova – mas OSKABA (AL) praticamente abdicou da sua prova para fazer com que a Raso da Cata seguisse em frente suprindo o Gladiador, campeão da edição 2011 do Desafio dos Sertões, com suas últimas reservas de água e alimentos. Kaaporas (Ba) nas duplas e a BB Brindes na prova dos 50 Km, também trilharam esse caminho da solidariedade e receberam o mesmo troféu.
O maior brilho deste Desafio foi das pessoas que fizeram parte dele, seja nos PC’s ou na organização, sem remuneração alguma, e com uma alegria de dar gosto recebendo atleta a atleta nos deixa muito emocionado.

Paralelo a este sofrimento a prova dos 50 Km, voltada para iniciantes teve uma procura acima da expectativa, com cerca de 25 novatos aventureiros que esperamos ser o futuro do esporte na região do Vale do Rio São Francisco e que preencham lacunas nas corridas de aventura, Brasil afora.

Ao final de tudo, ainda sentimos um mix de dever cumprido e que as exigências solicitadas para uma Final CBCA foram excessivas para aquele sol todo. A presença de gente de 13 estados aqui no Sertão engrandeceu o evento, mas, muito mais gratificante foi rever velhos e novos amigos, conhecer novos aventureiros, gente que há muito vinha ensaiando conhecer o sertão, gente que faz questão de estar presente nas quatro edições, e o sentimento de que, apesar de tudo, a festa se concretizou.
Não tenho dúvidas de que a grande maioria se sairia bem em temperaturas mais amenas e vegetação menos densa e espinhosa – então fica a lição para todos nós, amantes do esporte de aventura – Respeitem os Limites do Sertão, respeitem os limites do nosso corpo, e parabéns aos novos Lampiões e Marias Bonitas do Desafio dos Sertões.

A FBCA, o nosso muito obrigado pela parceria em todos os momentos desta prova, desde o início. A CBCA nosso muito obrigado pela confiança depositada. Aos PC’s que seguraram a onda, nos momentos mais difíceis e compartilharam o que tinham – vcs foram retados!!! E a todos os atletas que puderam estar presentes, a nossa eterna gratidão – foi muito bom ter todos vocês aqui. O Desafio dos Sertões não será o mesmo depois dessa aventura...

Até a próxima,

Walter Guerra
Daniel Cardoso
Leonardo Silveira DeSá
Moreira Junior
José Neto
Dany Gomes
Murilo Guedes




Classificação do Desafio Dos Sertões 2013 e CBCA referente ao ano 2013 Pc a Pc.

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